Soneto de Bocage
Qual novo Orestes entre as Fúrias brada,
Infeliz que não crês no Omnipotente.
Com sistema sacrílego desmente
A razão luminosa, a fé sagrada.
Tua bárbara voz iguala ao nada
O que em todas as coisas tens presente;
Basta que o sábio, o justo, o pio, o crente
Louve a Mão contra os maus do raio armada.
Mas vê, blasfemo ateu, vê, monstro horrendo,
Que a bruta opinião que cego expressas
A si mesma se está contradizendo:
Pois quando de negar um Deus não cessas,
De tudo o inerte Acaso autor fazendo,
No Acaso, a teu pesar, um Deus confessas!
terça-feira, 27 de novembro de 2007
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